São Paulo, 19 de setembro de 2015.
Hora de fechar as portas do Atelier de Interlagos.
O atelier era a casa da minha mestre, sensei Kazuko Tanaka. Ela aprendeu a técnica do roketsuzome - batik japonês, em Tóquio e começou a ensinar no Rio de Janeiro na década de 60, e a partir de 1976 começou a ensinar em São Paulo.
Só em 2001 tive a oportunidade de conhecê-la, através da minha amiga Franscisca do Val que já era aluna e amiga da sensei a mais de 20 anos.
Quando a conheci, ela estava com glaucoma, e estava enxergando cada vez menos. Para continuar dando aulas, ela precisava de uma assistente.
Sou formada em artes plásticas e sempre trabalhei com estamparia, mas não sabia muita coisa sobre batik. A sensei me deu um curso intensivo de 3 meses. Aprendi batik sobre tecido, papel, shibori e passei a trabalhar como assistente.
Em 2005 ela faleceu, mas o atelier continuou funcionando até a semana passada. Como a maioria das pessoas que se interessam em fazer o curso de batik mora na região central de São Paulo, o ateliê estava sendo pouco aproveitado. Sabe como é o trânsito da Capital... só para chegar lá, mais de 1 hora, se chover 2 horas...
Enfim, ontem quando fui ajudar na mudança, lembrei dos bons momentos de quando a sensei dava aulas.
As aulas aconteciam no período da manhã ou à tarde. Depois de 3 horas horas fazendo batik, conversando e rindo, ela nos convidava para tomar um chá na sala. A Maria (empregada da sensei) preparava um bolo super fofinho que era servido com chá verde e os salgadinhos importados que ela comprava na Liberdade. Mais conversas, risadas... só alegria.
A maioria das alunas já fazia aula com ela a mais de 10, 20 anos. Então elas eram mais do que amigas, quase uma família.
Foi muito triste quando ela se foi, e agora porque não temos mais o atelier com as lembranças dela...
Mas o batik continua! Continua comigo, com a Franscisca do Val, a Bia Simões, Aglae Gambirasio, Marcia Fukuchi, e agora também com a Maria Mahler, Clara Marinho e o Boni Tao que com certeza a sensei teria ficado muito feliz se tivesse conhecido. Mas se ela estiver vendo a gente acho que está feliz sim!!!
Para mim, o curso de batik não é só para aprender a pintar e pronto. Mas além de aprender uma técnica, passar um tempo para relaxar, criar, conhecer pessoas, rir, se divertir, enfim é uma terapia - BATIKTERAPIA. Foi o que eu aprendi com a minha mestra e quero continuar divulgando essa arte para muita gente.
Francisca do Val, Sensei Kazuko Tanaka e eu. Acho que essa foto foi tirada em 2004.
Boni e Aglae
Hora de fechar as portas do Atelier de Interlagos.
O atelier era a casa da minha mestre, sensei Kazuko Tanaka. Ela aprendeu a técnica do roketsuzome - batik japonês, em Tóquio e começou a ensinar no Rio de Janeiro na década de 60, e a partir de 1976 começou a ensinar em São Paulo.
Só em 2001 tive a oportunidade de conhecê-la, através da minha amiga Franscisca do Val que já era aluna e amiga da sensei a mais de 20 anos.
Quando a conheci, ela estava com glaucoma, e estava enxergando cada vez menos. Para continuar dando aulas, ela precisava de uma assistente.
Sou formada em artes plásticas e sempre trabalhei com estamparia, mas não sabia muita coisa sobre batik. A sensei me deu um curso intensivo de 3 meses. Aprendi batik sobre tecido, papel, shibori e passei a trabalhar como assistente.
Em 2005 ela faleceu, mas o atelier continuou funcionando até a semana passada. Como a maioria das pessoas que se interessam em fazer o curso de batik mora na região central de São Paulo, o ateliê estava sendo pouco aproveitado. Sabe como é o trânsito da Capital... só para chegar lá, mais de 1 hora, se chover 2 horas...
Enfim, ontem quando fui ajudar na mudança, lembrei dos bons momentos de quando a sensei dava aulas.
As aulas aconteciam no período da manhã ou à tarde. Depois de 3 horas horas fazendo batik, conversando e rindo, ela nos convidava para tomar um chá na sala. A Maria (empregada da sensei) preparava um bolo super fofinho que era servido com chá verde e os salgadinhos importados que ela comprava na Liberdade. Mais conversas, risadas... só alegria.
A maioria das alunas já fazia aula com ela a mais de 10, 20 anos. Então elas eram mais do que amigas, quase uma família.
Foi muito triste quando ela se foi, e agora porque não temos mais o atelier com as lembranças dela...
Mas o batik continua! Continua comigo, com a Franscisca do Val, a Bia Simões, Aglae Gambirasio, Marcia Fukuchi, e agora também com a Maria Mahler, Clara Marinho e o Boni Tao que com certeza a sensei teria ficado muito feliz se tivesse conhecido. Mas se ela estiver vendo a gente acho que está feliz sim!!!
Para mim, o curso de batik não é só para aprender a pintar e pronto. Mas além de aprender uma técnica, passar um tempo para relaxar, criar, conhecer pessoas, rir, se divertir, enfim é uma terapia - BATIKTERAPIA. Foi o que eu aprendi com a minha mestra e quero continuar divulgando essa arte para muita gente.
Francisca do Val, Sensei Kazuko Tanaka e eu. Acho que essa foto foi tirada em 2004.
Eu, sensei, sr Kenichi Kaneko e Chica
Chica no atelier
Boni e Aglae
Aglae e Marcia
Boni, eu e Chica se despedindo do atelier.
Com as sombrinhas de batik na frente do atelier
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